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Channel: SHIPS & THE SEA - BLOGUE dos NAVIOS e do MAR
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Entrar a barra ao amanhecer II

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Chegada do NRP VIANA DO CASTELO a Lisboa, desde a entrada da barra até ao Mar da Palha, ao amanhecer de 21 de Novembro de 2013. Ao ver este navio elegante e moderno a navegar no Tejo, não consigo deixar de pensar na oportunidade perdida resultante de não termos sido capazes de concluir este programa de renovação da Armada, com o custo agravado de se estar a prolongar a vida de navios com quarenta anos, muito desactualizados e caros. Esperemos que o irmão do VIANA DO CASTELO, o NRP FIGUEIRA DA FOZ entre ao serviço em breve...
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Entrar a barra ao amanhecer III

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Esta manhã (21-11-2013), depois da fragata BARTOLOMEU DIAS e do patrulha VIANA DO CASTELO, entrou a barra de Lisboa o porta-contentores português FUNCHALENSE 5, da Empresa de Navegação Madeirense, em mais uma viagem procedente do Caniçal e Porto Santo. Atracou pelas 09:30 ao cais do Beato, como habitual.

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Apreciar o paquete FUNCHAL

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Desde 21 de Outubro e até 29 de Dezembro, que está atracado em Lisboa um navio de passageiros que é uma tesouro em termos estéticos: o paquete FUNCHAL, claro, cuja popa fotografámos ontem em pormenor ali para os lados de Santa Apolónia... Veja e leia mais aqui...

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CCN - Linhas de África

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Itinerário dos serviços de passageiros da Companhia Colonial de Navegação para o segundo semestre de 1972, que não apresenta as viagens dos navios INFANTE DOM HENRIQUE e PÁTRIA, então ambos ainda a navegar, mas em vésperas de uma redução drástica da frota de paquetes, numa altura em que o VERA CRUZ estava imobilizado no Mar da Palha e o PÁTRIA e o SANTA MARIA faziam as últimas viagens...

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Rotas da Companhia Colonial

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Mapa de rotas da Companhia Colonial de Navegação na segunda metade da década de 1950, que se pode considerar o período de ouro de entre os 52 anos de história da CCN, com uma belíssima frota nova e mais navios em projecto, caso do INFANTE DOM HENRIQUE e do LOBITO, encomendados em 1957. A Colonial existiu de 1922 a 1974 e durante esse período foi proprietária de mais de 50 navios.
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CCN - Passageiros de 1ª classe

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Etiqueta para bagagem de camarote de passageiros da primeira classe nos paquetes da Companhia Colonial de Navegação. Havia ainda a chamada bagagem de porão, com etiquetas diferentes, destinadas aos volumes de maiores dimensões, que tinham de ser entregues no cais de embarque na véspera da partida do navio... Outros tempos, outros costumes de uma época em que tínhamos os nossos próprios navios...

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PRÍNCIPE PERFEITO e INFANTE DOM HENRIQUE

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Postal do paquete PRÍNCIPE PERFEITO, editado pela Companhia Nacional de Navegação, com a particularidade de apresentar o selo dos correios de Angola, com este paquete e o INFANTE DOM HENRIQUE.

O PRÍNCIPE PERFEITO e o INFANTE DOM HENRIQUE foram os dois últimos grandes paquetes construídos propositadamente para a carreira de África, o primeiro para a Companhia Nacional de Navegação e o INFANTE para a  Colonial. Entraram ao serviço em Junho e Outubro de 1961 e vieram reforçar a capacidade de transporte de passageiros entre a Metrópole, Angola e Moçambique, que na década de 1950 registou um grande crescimento na procura, obrigando a viagens especiais a Angola dos paquetes VERA CRUZ e SANTA MARIA e ao transporte de centenas de passageiros nas cobertas em condições francamente más. 
Na realidade o PRÍNCIPE e o INFANTE deviam ter sido construídos logo no início da década de 1950, quando o Governo, leia-se o ministro da Marinha Américo Tomás, deu indicação às empresas nesse sentido. Querendo fugir a um investimento tão elevado, a CNN tentou enganar a situação com a construção do NIASSA, o mesmo fazendo a Colonial com o UIGE, bons navios mistos que prestaram grandes serviços ao País, nomeadamente como transportes de tropas e material de guerra, mas que não deram resposta cabal à procura de passagens para África. 
O PRÍNCIPE e o INFANTE acabaram por fazer a linha de África apenas durante 14 anos, sendo ambos retirados dessa carreira em 1975 e abatidos. Podiam e deviam ter sido convertidos para fazerem cruzeiros, mas os valores da Desmaritimização então no seu inicio levaram a soluções mais fáceis de abate e destruição da nossa frota mercante...
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PORTO de LISBOA e arredores

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O Porto de Lisboa é o melhor porto natural da Europa e um dos melhores do mundo. Só mesmo os portugueses e em especial os próprios lisboetas é que não conseguem aceitar essa realidade natural e tirar partido do que a natureza deu. Alguns parecem empenhados em não descansarem enquanto não tiverem destruído tudo. Parece que apesar de tudo há muitas oportunidades de negócios à volta do porto e entretanto as tribos dos arredores vão tentando morder as canelas. Tenho lido ultimamente depoimentos variados de vários especialistas reputados, muitos deles grandes teóricos, claro, opinando sobre tudo e mais alguma coisa acerca do Porto de Lisboa e da sua possível associação com Setúbal. Numa conferência da Comunidade Portuária de Setúbal recente foi afirmado que "O futuro do porto de Lisboa é o porto de Setúbal". É verdade que só haverá a ganhar numa maior colaboração estratégica entre os diversos portos portugueses, que a actividade portuária no nosso país devia ser conjugada numa perspectiva comum de desenvolvimento, mas não é isso que tem acontecido, nas últimas décadas foram-se gastando milhões nos portinhos todos e continua-se a sonhar com o mito do cais da Europa, quiçá em Sines, Setúbal, Trafaria. Tem-se feito muita obra positiva mas também grandes asneiras nos portos, que estão sempre a um passo do futuro... 
Uma área curiosa para que a maior parte dos portinhos está a acordar é a dos cruzeiros. Setúbal parece que também quer cruzeiros, Portimão e Leixões querem mais, Sesimbra e Cascais também sonham com a galinha dos ovos de ouro, mas ninguém se lembra de também nesta área criar uma plataforma comum de divulgação e promoção das escalas de navios de cruzeiros em Portugal. Um país tão pequeno só teria a ganhar com uma plataforma estilo CRUISE PORTUGAL, dinamizada por gente capaz, que não abunda, etc, etc... Mas por favor, entretanto não mordam as canelas a Lisboa, que é o melhor porto natural da Europa e um dos melhores do mundo também para navios de turismo.
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Novo livro de Paulo Santos

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Vai ser apresentado na sala das Galeotas do Museu de Marinha de Lisboa pelas 18 horas d e28 de Novembro de 2013, o livro Espadas e Sabres da Marinha Portuguesa, a mais recente obra de Paulo Santos.
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Porta-contentores MADEIRA da CTM

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Este porta-contentores é talvez o menos conhecido dos navios que tiveram as cores da CTM. Muito parecido com o ILHA DE S. MIGUEL, depois o AÇOR da Mutualista Açoreana, o MADEIRA foi construído em 1970 em Hamburgo pelo estaleiro Sietas (construção nº. 668) com o nome SUDERFEHN (1970-1972), chamando-se depois, sucessivamente, AMANDA I (1972-1976), ANNY (1976-1977), AMANDA I (1977-1982), KENYA (1982), AMANDA I (1982). Esteve fretado à CTM em 1982 após o que foi vendido a interesses chineses, passando a chamar-se WAH YEE ainda nesse ano de 1982. Acabou por se perder o rasto deste navio, pelo que em 2012 o Lloyd's Register retirou-o do registo de navios mercante fundamentado na dúvida acerca da existência deste navio nos dias que correm.
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E já agora, uma amostra do ILHA DE S. MIGUEL...

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E já agora, uma amostra do porta-contentores ILHA DE S. MIGUEL, ex-ANJA, da CTM, a largar de Lisboa para as Ilhas no início dos anos 1980. Em 1986 passou a ser o AÇOR da Mutualista Açoreana. A história pormenorizada deste navio está publicada e ilustrada no meu livro n.m. CORVO de 2007. Ver aqui...

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SPLENDOUR OF THE SEAS largando do Tejo

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Navio de cruzeiros SPLENDOUR OF THE SEAS largando de Lisboa na tarde de 26 de Novembro de 2013.

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Já conhecem o sitio TRANCALINE?

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Conhecem o termo TRANCALINE?  É da mesma família dos termos BANANA LINE e VACA LINE, com que a malta se referia às carreiras para a Madeira e os Açores em tempos idos...
Hoje TRANCALINE é o nome de um site em forma de memórias de marinheiro, com muito para ler e apreciar. Sugere-se uma visita aqui....

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ESPADARTE de Fernando Lemos Gomes...

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Uma boa surpresa para quem, como eu, gosta de

navios: uma ida ao banco e no balcão este folheto

com o primeiro submarino português magnificamente

ilustrado por Mestre Fernando Lemos Gomes.


O ESPADARTE foi o primeiro submarino português

e o folheto que apresentamos divulga uma moeda

comemorativa dos 100 anos da sua entrada ao

serviço da Armada. Uma iniciativa da casa da

Moeda.

Desta vez até valeu a pena ir ao Totta, passe a

publicidade...

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Transporte BARROSO PEREIRA em Lisboa

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Navio de transporte BARROSO PEREIRA (G16), da Marinha do Brasil, fotografado na década de 1980 a atracar em Lisboa no decurso de uma viagem do navio à Europa.

Ver a história detalhada e as características do BARROSO PEREIRA aqui... Fotografia original de Luís Miguel Correia tirada na estação marítima da Rocha.
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Incêndio no OCEAN COUNTESS

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O navio de cruzeiros grego OCEAN COUNTESS sofreu ontem, 30 de Novembro de 2013, um incêndio grave a bordo, quando se encontrava imobilizado em Chalkis, na Grécia. O navio estava parado desde 2012 mas há dias fora anunciado o seu regresso ao serviço para 2014, o que agora parece improvável. Notícias referem que foram retirados de bordo os 5 vigias em segurança.

Volta e meia chegam notícias de perdas de paquetes na Grécia, por incêndio, quando estão em reparação ou imobilizados. Nalguns casos o acidente torna-se uma benesse para o proprietário quando o seguro acaba por pagar uma compensação superior ao valor de mercado do navio, havendo quem chame a esta "sorte""vender um navio ao seguro". O caso mais dramático de uma situação semelhante foi a perda por fogo do PALLAS ATHENA, da Epirotiki Lines. Um amigo meu do Lloyd's Register estava a trabalhar a bordo e em dada altura resolveu pedir um camarote para ficar no navio para o dia seguinte, no que foi veemente aconselhado pelo armador (um dos Potamianos primos do nosso amigo George Potamianos,antigo armador do FUNCHAL, cujos navios por sinal nunca arderam ou se perderam), a ficar antes num hotel. Na manhã seguinte o PALLAS ATHENA já era e depois seguiu para Aliaga para desmantelar.
Ver mais imagens do navio, em Lisboa, aqui. O OCEAN COUNTESS foi construído em 1976 na Dinamarca para a Cunard com o nome CUNARD COUNTESS.
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PALMELENSE, um Cacilheiro resistente...

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Cacilheiro PALMELENSE apanhado em flagrante travessia Cacilhas - Cais do Sodré na manhã de 26 de Novembro último. Construído em Alverca em 1982, o PALMELENSE é um dos seis sobreviventes das 12 unidades da classe CACILHENSE ainda ao serviço da companhia Transtejo, cujos barcos laranjas e azuis continuam a alegrar o nosso rio, à falta de espécimes maiores...



Se gosta de Cacilheiros, o Blogue dos Navios e do Mar recomenda os livros de L. M. Correia DE LISBOA À OUTRA BANDA e LISBON FERRY TALES para presentes de Natal...

Para além de muitas fotografias de Cacilheiros actuais e do passado, estes livros apresentam a história da evolução deste meio de transporte fluvial tão característico de Lisboa desde há séculos.

Para comprar consulte a informação disponível aqui... E além destes há muitos outros títulos disponíveis...

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Paquete ZENITH em Lisboa

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Imagens do navio de cruzeiros ZENITH, da companhia Pullmantur atracado em Lisboa na tarde de 1 de Dezembro de 2013, em viagem posicional para o Brasil. Ainda não tinha visto o navio com o casco azul e não fiquei entusiasmado. Não é a questão da cor, mas o facto de o azul ter uma mancha tão exagerada. Não devia ultrapassar o pavimento cuja linha serve de base ao nome Pullmantur...
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Doca de Santo Amaro

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Pormenor poente da Doca de Santo Amaro em modo de Marina, a 3 de Dezembro de 2013.
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SEM NAVIOS NÃO HAVERÁ MAR PORTUGUÊS....

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 Não resisto a comentar e reproduzir na integra este artigo de opinião de Carvalho da Silva publicado no JORNAL DE NOTÍCIAS, pela sua oportunidade e razão, numa altura em que os nossos protectores germânicos já estão a desenvolver projectos de navios especiais destinados à exploração do futuro mar português.
 É o reconhecimento do problema da DESMARITIMIZAÇÃO para o qual venho alertando tudo e todos desde que comecei a escrever sobre estes temas na REVISTA DE MARINHA em 1981...
"Nas últimas décadas, assistimos ao aniquilamento de capacidades instaladas em actividades no sector do mar - transportes marítimos, reparação naval, pescas - no contexto de uma política de desindustrialização. Entretanto, os mesmos governantes que "apadrinharam" tal rumo não se cansaram de fazer discursos sobre a importância do mar. E diga-se, por uma questão de dar "mérito" a quem o tem, que o actual presidente da República é o campeão desses discursos.
Sem dúvida, o mar significa para o nosso país uma possibilidade de criação de actividades múltiplas, produtoras de imensa riqueza. Portugal tem extensa costa e imensa zona marítima. Mas não se vai para o mar, desenvolver o fundamental dessas actividades, a nado.
Os transportes marítimos estão em crescimento e vão continuar a crescer para se resolverem problemas ambientais e de custos de circulação de produtos e de bens no mundo. Vai ser preciso construir barcos, reparar, adaptar e modernizar os que existem. A proteção da costa e das nossas águas vai exigir novas e inovadas frotas. A pesca, não estou a ver que se faça à cana, com os portugueses empoleirados nas falésias. Noutras actividades novas, como a produção de energia, a investigação e o turismo ligados ao cuidado e ao usufruto do mar, por muito que se possa trabalhar em terra, será sempre indispensável utilizar barcos.
Como podemos admitir a destruição dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo? Como é possível o presidente da República não ter uma palavra de alerta forte, que ponha termo às trapalhadas e aos envolvimentos em negócios suspeitos ou de mera contabilidade mesquinha, em que o Governo está envolvido?
Exige-se rigor, defesa dos interesses dos portugueses e do país. Todos sabemos que a União Europeia tem seguido políticas de desindustrialização, aplicadas em vários países, secundarizando criminosamente atividades como a construção e a reparação naval. É vergonhoso ver o ministro do sector a proteger-se nessa orientação, que jamais devíamos seguir, para justificar o negócio de ocasião que oferece à Martifer, empresa que parece estar em grande fragilidade financeira.
A Lisnave, durante muitos anos líder mundial na reparação naval, não foi esfrangalhada por não ter futuro, mas sim porque a desactivação da Margueira - com o Estado a executar uma cláusula estabelecida com Salazar, pois os direitos dos capitalistas são sempre adquiridos - propiciou uma forte base de capitalização à família Melo que, entretanto, entrou em força na formação e "rentabilização" do "mercado da saúde". Outros estaleiros foram desactivados em resultado de comportamentos de incúria e, às vezes, como aconteceu noutros sectores de actividade, para propiciar negócios de oportunidade.
Desde o início dos anos 2000, a postura dos governos foi de grande desleixo para com os interesses dos Estaleiros de Viana. Sucederam-se administrações que ou embarcaram no afundamento da empresa ou quiseram agir e não encontravam condições e meios da parte das tutelas.
Dói, e obriga-nos à revolta, ver, durante dois anos, o Governo a não arranjar dinheiro para a empresa cumprir encomendas, mas, de um dia para o outro, encontrar 30 milhões para despedir e destruir a empresa.
Dói ouvir a comunicação social noticiar este desastre camuflado no anúncio da "criação de cerca de 400 postos de trabalho", a face mentirosa desse processo destrutivo. A certeza que o Governo apresenta é a de despedir 609 trabalhadores qualificados. Tudo o resto é mais que nebuloso, incerto e precário.
Um governante que põe em andamento um caso destes, e nele utiliza a mentira e a manipulação, e outros que anunciam desemprego como algo empolgante deviam de imediato ser suspensos de funções e ser-lhes instaurado um processo com intenção de despedimento a ser executado em prazo muito curto.
Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo têm capacidades adquiridas, têm trabalhadores qualificados e são necessários ao desenvolvimento económico, social e cultural da região e do país. Os trabalhadores e os seus sindicatos, a população da cidade e da região, as suas organizações e instituições merecem o apoio de todos os portugueses, na luta pela sua defesa."
Ora aqui está finalmente alguém que não tendo água salgada nas veias percebe o óbvio que parece escapar a todos os ilustres promotores do nosso folclore MARítimo contemporâneo. Não há MAR SEM NAVIOS.... Um texto a dar a estudar às criancinhas nas escolas de todo o País. - LMC
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