O Blogue dos Navios e do Mar tem vindo a acompanhar de forma interessada e independente o nascimento e desenvolvimento das novas empresas de navegação de cruzeiros ligadas à frota do falecido armador George Potamianos, navios hipotecados pelo banco Montepio Geral, e para os quais foi desenvolvida uma solução de continuidade com o empreendedor nortenho Dr. Rui Alegre, de que resultou já a constituição de quatro empresas no offshore de Madeira Island, uma outra em Lisboa e a recuperação técnica dos navios ARION, ATHENA, FUNCHAL e PRINCESS DANAE, actualmente a decorrer em Lisboa e Marselha.
Neste momento o ex-ARION, rebaptizado oficialmente com o nome PORTO numa cerimónia no dia 1 de Junho (Madrinha do navio a menina Madalena Alegre, filha mais nova do actual armador) apresenta as novas cores da empresa Portuscale Cruises, muito parecidas com as adoptadas pela antiga EIN em 1961, mas com um tom mais forte de amarelo na chaminé, encontra-se atracado ao antigo cais da Pedra, a montante de Santa Apolónia, em preparativos de saída, ao que se diz, com destino à Grécia para cumprir um fretamento de 3 meses, estando ainda a ser alvo de cuidados técnicos após ter estado na doca 1 da Navalrocha de 16 a 31 de Maio.
Entretanto os navios FUNCHAL e LISBOA (ex-DANAE) deixaram a ponte-cais da Matinha num clima algo emocional na manhã de 3 de Junho: primeiro o LISBOA - ainda com o nome anterior no costado - foi atracar a montante de Santa Apolónia, após o que o FUNCHAL deixou também aquele cais de tristes memórias recentes, embandeirado e com os tripulantes mais animados do que em 17 de Dezembro quando haviam desembarcado todos do navio. O FUNCHAL seguiu a reboque para a doca 1 do estaleiro do Porto de Lisboa, com um atraso de 25 meses sobre o planeamento delineado em 2010, onde está previsto permanecer durante pelo menos 6 semanas. O navio parece ter programado o regresso aos cruzeiros para 6 de Agosto, com uma viagem de Lisboa para Gotemburgo, onde chega a 14 de Agosto, para depois efectuar três cruzeiros para o mercado sueco, seguido de um cruzeiro aos Açores. E mais não se sabe porque as tentativas de obter informações junto dos novos operadores têm sido mal sucedidas.
Entretanto o LISBOA está a sofrer uma remodelação dos interiores, e deverá ir para a doca seca em Junho depois do FUNCHAL. O ATHENA continua em Marselha tendo o armador optado por fazer uma docagem num estaleiro francês, onde o futuro AZORES entrou esta semana, creio que a 4 de Junho, para reparação e alteração de cores e nome.
Pessoas diversas interessadas pelos cruzeiros em Portugal são entretanto unânimes na apreciação positiva da nova imagem da empresa Portuscale, tendo-nos sido referido que a nova empresa está a despotamianizar os navios, apagando os traços físicos da anterior operadora CIC, o que é natural até certo ponto, com uma excepção: o emblema da Portuscale e o tipo de letra escolhida para os nomes dos navios seguem uma versão neo-clássica do tipo de letra cursiva usada pela Classic International Cruises, muito do agrado do falecido senhor GPP, mas de má leitura e pouco enquadrada na qualidade e estilo simples da disposição de cores retro-Insulana adoptada e muito bem. Uma pena este pormenor a diminuir a genialidade da opção de fundo que, sem os arabescos visíveis no PORTO daria a estes quatro navios um aspecto de paquetes clássicos de grande significado estético e histórico, diferenciando a nova frota de paquetes portugueses das cores da maioria dos operadores internacionais, quase todas baseadas nos azuis e brancos e com grande falta de originalidade na maior parte dos casos.
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