Cheguei a Valparaíso por terra, para embarcar no paquete GOLDEN PRINCESS no qual fiz uma viagem inesquecível pelas costas da América do Sul, costas do Pacífico e Atlântico Sul, fiordes do Chile, Patagónia e Terra do Fogo, Cabo Horn e Malvinas. Após dois voos de longo curso e muitas horas em aeroportos, estava ali atracado aquele navio branco, grande e impaciente para se fazer ao mar com 2300 passageiros acabados de embarcar.
Sempre associei Valparaíso a navios já desaparecidos, como o EBRO de 1915, que com o seu irmão ESSEQUIBO fazia a carreira do Pacífico com partidas de Nova Iorque (Em 1940 este EBRO tornou-se português com o nome SERPA PINTO), os REINAS DEL PACIFICO e DEL MAR, ou a tríade italiana de músicos ex-Lloyd Triestino, VERDI, DONIZETI ou ROSSINI, mas a essas imagens passadas sobrepunha-se ali no cais o GOLDEN PRINCESS, a bordo do qual regressei 14 anos depois do cruzeiro inaugural em 2001.
Acerca de navios em Valparaíso destacavam-se o paquete, um cargueiro frigorífico, o CHIQUITA ROSTOCK, e diversas unidades da Armada do Chile, entidade presente em tudo o que se relaciona com o mar no Chile. Surpreendeu-me a paisagem e a luz, curiosamente a lembrar o Funchal em dia de capacete, com as casas a subir pelas encostas montanhosas e o mar mesmo ali na base de tudo.
O navio-frigorífico CHIQUITA ROSTOCK, atracado ao nosso lado carregava os seus contentores frigoríficos, imperturbável apesar de ser um tipo de navio em vias de quase extinção graças à invasão de porta-contentores, muitos hoje com maior capacidade para contentores frigoríficos que os maiores "Reefers" actuais.
Junto ao cais, destacava-se uma frota de pequenas embarcações utilizadas em passeios pelo porto, para uma visão de proximidade dos navios, por parte da população local, que pelos vistos não desperdiça as oportunidades lúdicas proporcionadas por um "Dia de São Vapor".
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