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Channel: SHIPS & THE SEA - BLOGUE dos NAVIOS e do MAR
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PÁTRIA no Funchal no regresso de África

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Durante mais de 25 anos, de 1948 a 1973, o paquete PÁTRIA visitou regularmente o porto do Funchal no decurso das suas viagens sucessivas na carreira da África Oriental. O Funchal era o primeiro porto de escala, logo depois da largada de Lisboa, e novamente o último porto da viagem de regresso ao Tejo, quando procedia de São Tomé e às vezes de Las Palmas. 

Esta fotografia que acaba de me ser enviada por Nuno Bartolomeu, a quem agradeço a colaboração, tem Autor desconhecido (agradece-se a identificação do autor da imagem) e mostra o N/T PÁTRIA algures no final da década de 1960, atracado ao molhe da Pontinha, numa tarde de verão, em viagem de África para Lisboa. 
Após a longa viagem de cerca de 50 dias ao norte de Moçambique e regresso, o PÁTRIA apresentava este aspecto cansado, com o costado salpicado de ferrugem e a chaminé mascarrada de preto no topo. O navio vinha sempre carregado no máximo da sua capacidade, como se pode ver na fotografia. Nesta escala o PÁTRIA deve ter atracado ao fim da manhã e terá largado ao final da tarde para mais um dia de navegação a 18 nós dando entrada na barra do Tejo de madrugada para fundear no rio mesmo em frente à Gare Marítima da Rocha. 
Ao amanhecer iniciava-se a manobra de suspender e atracar, pois à época não eram permitidas atracações no porto de Lisboa entre as 00H00 e as 08H00. Dois rebocadores, o MONSANTO e um dos "Cabos" de duas chaminés da AGPL passavam os cabos e o navio ia encurtando a distância ao cais lentamente. O ritual era sempre o mesmo, em especial nas manhã de Verão em que amanhecia cedo: os passageiros inundavam os tombadilhos do bordo virado para a margem norte do rio ao mesmo tempo que no cais a varanda da estação marítima se apinhava de familiares e amigos dos passageiros, familiares dos tripulantes, ou simples amigos dos navios, como era o meu caso tantas vezes. 
Não gostava de ver os navios ferrugentos: todos os navios da Companhia Colonial saiu de Lisboa para viagem pintados de alto abaixo, mas depois durante a viagem os retoques que se iam fazendo em termos de pintura não eram suficientes, e o resultado era chegarem a Lisboa com aspecto menos bom. Depois, durante a estadia, que no caso do PÁTRIA poderia ser de duas a três semanas, os navios eram pintados novamente, e de seis em seis meses iam à doca seca, no estaleiro da Rocha...
Texto e imagens /Text and images copyright L.M.Correia. Favor não piratear. Respeite o meu trabalho / No piracy, please. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia

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