Bandeira nacional à popa do Paquete FUNCHAL - Fotografia de L. M. Correia de 31 de Março de 2014
"Em face da contribuição valiosa da marinha de comércio para o progresso de um país como fonte geradora de riqueza; da acentuada evolução registada nos últimos anos no domínio da tecnologia do transporte marítimo, quer segundo tipos de navios quer quanto a suas dimensões, com reflexos em terminais e em equipamentos de movimentação de cargas; da sua importância como fonte de emprego e a especialidade de alguns problemas que a caracterizam e atendendo também a que a estrutura de qualquer organização se deve subordinar mormente aos fins que se pretendem alcançar, foi criada no Ministério do Equipamento Social e do Ambiente, pelo Decreto-Lei nº 203/74, de 15 de Maio, a Secretaria de Estado da Marinha Mercante. A esta Secretaria de Estado ficam essencialmente cometidas as funções de promoção do desenvolvimento e da eficiência da marinha de comércio e da garantia da segurança da navegação.
Para Secretário de Estado da Marinha Mercante foi nomeado, por Decreto nº 216/74, de 27 de Maio, o Vice-almirante António Tierno Bagulho e, posteriormente, pelo Decreto nº 344/74, de 23 de Julho, o Eng.º José Carlos Gonçalves Viana.
Reconhecido assim o notável contributo que a Marinha de Comércio pode prestar à economia do País, foi dado o primeiro passo para, no futuro, quando já atingir uma posição mais relevante a nível nacional e internacional se justificar, até por si só, a criação de um ministério da marinha mercante"
- Editorial do Boletim da Junta Nacional da Marinha Mercante, nº 87, de Setembro de 1974
Para comemorar o DIA 1 DE ABRIL, tradicionalmente considerado DIA DAS MENTIRAS, escolhi transcrever e comentar este editorial da JNMM publicado logo a seguir à queda da Segunda República em Abril de 1974. Porque a mensagem de esperança no desenvolvimento da Marinha Mercante foi uma mentira descarada. Independentemente do respeito pelos nomes dos dois primeiros Secretários de Estado da MM, referidos no Editorial, a verdade foi a destruição do sector, a verdade foram estes 40 anos de desmaritimização. O tema dá um livro...
Para a Marinha Mercante o 25 de Abril resultou num logro cujos resultados dramáticos e estúpidos por desnecessários insultam a nossa inteligência e tradição de mar que nos vem sendo negada. Muito triste.
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